MARIA JOSÉ DE PÁDUA
( BRASIL – MINAS GERAIS )
É natural de Campestre, em Minas Gerais onde exerceu o magistério.
Autora de muitos poemas entre eles a letra do Hino Oficial da cidade de Campestre e também compositora de várias músicas.
ANTOLOGIA DEL SECCHI, 2005 Volume XV, Rio de Janeiro: 328 p. 14 x 21 cm ISBN 85-8649-14-3 No. 10 231
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, Brasília, novembro de 2024.
DESPEDIDA
Todas as vezes que na despedida
Mossas mãos num deus se entrelaçaram.
Pensando na ausência dolorida
Dos meus olhos tristes lágrimas rolaram
E eu guardo de tuas mãos tão delicadas
A forma genial e o calor
São mão divinas, mãos agraciadas;
São mãos que inspiram confiança e amor.
Foram por Deus esculturadas
As tuas mãos tão frágeis e macias.
Que sejam para sempre abençoadas,
Afortunadas e jamais vazias.
Tocar em tuas mãos... quem há de?
Se merecerem o sublime penhor
De imprimir no coração saudade,
De inebrar o coração de amor.
A MAIS BELA DAS TRÊS
De manhã, quando o sol refulgia,
Tingindo o horizonte de carmim
Das aves o canto se ouvia,
A alegrar o viçoso jardim
Vi Rosa, apanhando uma rosa.
Inspirou-me a comparação:
Uma Rosa colhendo outra rosa
Mais formosa que aquela em botão...
Quão sutil, delicada era ela,
A trazer sua sósia na mão
A retratá-la na tela,
Dando vida, beleza e expressão!
Linda, era a rosa da tela
Outro tanto, a rosa da mão!
Dentre todas, porém a mais bela
Era aquela de rosa na mão.
O QUE É A VIDA?
Uma doce miragem,
Um devaneio,
Uma promessa de felicidade;
Algum anseio.
Uma flor, uma música,
Uma ilusão...
Um pouquinho de amor
Vaidade, queixume,
Paixão, ciúme,
Amor frustrado, desenganos...
Lutas, conquistas
Algumas vitórias,
Façanhas imprevistas
Disputas inglórias...
Os dias passam...
Passam os anos...
Se esvaem a mocidade,
A beleza e o frescor.
Vem cegando a velhice...
Eis que chega o balanço
E a reflexão.
É a hora do amor
De heroísmo e de perdão.
É a paz interior
De uma etapa moldada
Nos ditames da fé
E no bem recamada,
Ou vem o remorso
Do mal cometido
Do bem que não se fez
Ou do tempo perdido.
Vem a qualquer momento
A dor que crucia
E termina o lamento.
A vida é assim?
Mas, o que é esta dor?
É o fim...
CROMO
Uma casinha modesta
Um jardim ao lado;
Dois corações em festa
E aves no telhado.
Na verde campina
O gado passando
Ao longe a divina
Fonte cantando.
À noite a lua
Clareando a herdade
Longe do barulho
Longe da cidade.
Longe do orgulho
Na tranquilidade
Você e eu
Quanta felicidade!
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Foto de Campestre: https://www.campestre.cam.mg.gov.br/
CAMPESTRE
No verde cenário da mata,
Ao longe de formosa colina
Com seu casario de prata
Campestre se descortina
Campestre, cidade querida,
Orgulho de Minas Gerais
Doce esperança florida
Herança dos ancestrais.
Tropeiros de nobre ideal
Como a História nos diz
Pioneiros do arraial
Origem dessa cidade feliz.
Em honra à Mãe de Carmelo:
Carmo do Campestre
Do campo verde mais belo
Da flor, o aroma silvestre.
O clima, a natureza,
Do solo, o vigor, a extensão,
Deos filhos, o brilho, a nobreza:
Riquezas dessa região.
Vida calma, vida sadia,
Pelo esforço e trabalho: o sucesso
Pela paz e união: a harmonia
Campestre a caminho do progresso.
(Letra do Hino Oficial da cidade de Campestre, Minas Gerais)
CAMPESTRE
Cada vez que o sol na serra,
Aurifulgente aparece,
Mesclando de luz a terra
Pela manhã que alvorece
E nos ramos da folhagem
desabrocha mimosa flor,
Sensível, misteriosa como da prece
o louvor, a ornar os caminhos pra
festa dos passarinhos.
Tudo é paz, tudo harmonia.
Reveste-se a natureza de sublime
odor silvestre.
Esta é uma sutil imagem de sua
aurora: Campestre!
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Página publicada em dezembro de 2024
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